O filme retratou que no nosso cotidiano de "sobrevivência" podemos conviver com pessoas de diferentes classes sociais, etnias, etc. Salientou também que a tendência da maioria dessas pessoas é prejulgar o outro pela aparência, ou por um conceito já estabelecido. Destacou claramente as atitudes repugnantes que só servem para transmitir a idéia de que seres humanos são coisas. E dito raciocínio - ser humano\objeto -
de maneira muito infeliz nos conduz à conclusão de que ainda se lança mão da cultura arraigada do "Brasil Colônia", vale dizer: seres menos que dotados de menor potencial intelectivo ou só servem
para atividades braçais; ou como objeto de divertimento. Assim, pela clareza com que o tema foi abordado, o filme possibilitou um proveitoso e pertinente debate sobre a temática posta.
Os alunos foram esclarecidos pela professora sobre a idéia do curta. O título "O Xadrez das Cores" já lhes despertou uma relativa curiosidade: Por que esse nome?
Diante da pergunta formulada, foi retomada a idéia principal do filme para oportunos questionamentos, dentre os quais, o valor de cada pessoa, sua capacidade intelectual, moral e étnica e o direito de ser respeitado em todos as suas formas de diversidades, dependem do que: Da sua classe social, da sua cor de pele? Ou da sua etnia? Tais questionamentos estimularam o alunado, ensejando inclusive manifestações durante a exibição do filme.
Após o encerramento do curta iniciaram-se as discussões; onde os alunos foram dividos em grupos, sendo que o tema preconceito e suas formas foi bastante debatido; principalmente com a referência pelos alunos de situações que eles próprios vivenciaram.
Ao término do debate, foi elaborado um texto final por cada grupo, que posteriormente apresentou para a turma completa. Das idéias apresentadas derivaram as conclusões da turma sobre a temática muito bem posta no filme e os painéis explicativos, disponibilizados na sala de aula e no corredor de acesso à mesma.
A linguagem direta usada para apresentar a temática do filme aos alunos, de imediato causou-lhes um certo impacto. O uso de expressões humilhantes e pejorativas direcionadas à personagem negra, por sua patroa branca, provocaram diversas manifestações de repúdio e de inadmissibilidade.
No debate desenvolvido, os alunos puderam externar suas opiniões.
Nas manifestações se discutiu o exemplo severo da relação protagonizada no filme pela empregada e patroa, retratada de forma bem explícita.
As discussões e relatos revelaram questões como:
- A solidão na velhice aliada ao racismo como fator de afastamento das pessoas;
- A vibração e a torcida pela personagem negra e a sua busca em superar o preconceito, resgatando sua dignidade;
- Que palavras e ações racistas podem arrasar vidas;
- Que devemos lutar por intermédio do trabalho e da educação, objetivando transpor obstáculos dessa natureza;
- O respeito pelo ser humano deve permear todas as relações de nossa vidas em todos os lugares;
- Todos temos o direito de nos amarmos e sermos respeitados independentemente de crença religiosa, de classe social, de origem étnica, etc.
Por fim, as reflexões e conclusões elaboradas pelos alunos demonstraram o otimismo em mudar tal situação, a revelar a consciência do papel de cada um em trabalhar por uma sociedade que se reconhece e se aceita respeitando sua pluralidades.
