Estimular o debate a respeito do que é ser negro na sociedade brasileira.Diminuir o preconceito racial em sala de aula.Favorecer a identificação dos alunos negros com sua raiz cultural africana e, assim, elevar sua auto-estima.Conhecer a África por meio da arte, costumes, história e religião, compreendendo e valorizando a diversidade e a igualdade entre os povos.
Exibição do Curta O Xadrez das Cores, seguida de debate sobre situações semelhantes vividas por alunos. Exibição de trechos selecionados do VHS Atlântico Negro, na rota dos orixás, seguida de debate e da proposta para a ampliação de conhecimentos acerca da história e da cultura africanas. Apresentação do caderno Uma Visita ao Museu Afro-Brasil, seguida da leitura compartilhada e da pesquisa de cada tópico. Esta atividade foi desenvolvida em várias aulas e, cada tópico, foi encerrado com o registro coletivo das impressões do grupo sobre o aprendido.Em língua portuguesa: leitura compartilhada de livros de literatura afro-brasileira e pesquisa da biografia de afro-brasileiros importantes em diferentes áreas do conhecimento.Em língua estrangeira: pesquisa de palavras brasileiras de origem africana.Em geografia: elaboração de mapa com a localização dos povos africanos participantes da diáspora. Em história: pesquisa acerca da resistência do negro à escravidão.Em ciências: pesquisa sobre ervas medicinais e hábitos alimentares trazidos pelos africanos.Em matemática: situações-problema relativas ao número de escravizados no Brasil Colonial e tempo de vida, em média, dos mesmos; leitura e interpretação de gráficos atuais que apontem a porcentagem de negros na população brasileira.Em ética: reflexão sobre a discriminação racial, diversidade cultural e convívio possível com as diferenças.Em arte: ilustração de contos africanos aprendidos; criação de novos desenhos para as vestimentas do índio guerreiro do maracatu rural e de personagens do Bumba-Meu-Boi; visita ao Museu Afro-Brasil.Realização da Semana da Consciência Negra, com exposição dos trabalhos realizados a toda a comunidade escolar.
A partir dos comentários e críticas feitos pelos alunos, pudemos perceber que foi identificada a discriminação racial nas falas e no tratamento entre as personagens.Houve envolvimento de vários educadores que começaram a perceber a importância de se trabalhar a temática racial em sala de aula e que esse preconceito, embora extremamente forte em nossa sociedade, pode ser superado pelo conhecimento; que é possível conviver com costumes e modo de vida diferentes desde que haja respeito entre os indivíduos. Os alunos demonstraram curiosidade e interesse em conhecer a história e a cultura dos africanos e aprenderam que a História do Brasil pode ser contada a partir de outro ponto de vista. Nas histórias ilustradas pelos alunos notou-se a diminuição da tendência em representar personagens negros com pele clara e cabelos loiros.Comprovou-se ser possível trabalhar Cultura Afro-Brasileira em sala de aula. O projeto fez os educadores envolvidos refletirem que a religião e as divindades religiosas africanas são uma parte da cultura afro-brasileira cujo aprendizado não está adequado à pesquisa nesta faixa etária; para tanto é necessário amadurecimento, pois nesta comunidade, de maioria evangélica, essas questões são "coisas do diabo".
